quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Talita e suas fraldinhas- por um parto com amor

Sei que já fiz isso aqui antes, mas sem nenhum constrangimento, venho aqui mais uma vez pedir ajuda em nome de outro alguém.
Antes pedi colaboração de todos pelo nascimento do Raul, filhote da Débora.
Ela vez vaquinha, vendeu gorrinhos de crochê, se virou em mil e conseguiu levantar o valor para pagar a equipe de seu tão sonhado parto domiciliar.
Agora peço pela Talita.
A Talita é uma mulher doce, serena e convicta.
Tão logo eu plantei a semente do parto domiciliar no seu coração, a semente brotou.
Ela vai ter sua menina em janeiro, e está na busca por um nascimento digno, rodeado de amor e intimidade, como os nascimentos devem ser.
Então ela teve a ideia genial de, com a ajuda de sua mãe que é costureira, produzir fraldinhas de pano, para vender e arrecadar pelo menos parte do valor  do parto.
São produtos lindos, feitos com muito amor e que vão ajudar uma menininha amada a nascer no aconchego de seu lar.

Essas são algumas das fraldinhas da Talita:




 Deixo aqui também o contato dela, para quem quiser colaborar:

Cel: 51 84849303

ou 51 94656933

E ainda o perfil no facebook:

https://www.facebook.com/talita.scaramussa


Conto com a ajuda de tod@s!!!!!


Beijo grande

KikaDoula

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A chegada de Yan pelos olhos da mãe, Letícia

Acordei às 5h do dia 20/10 sentindo cólicas fracas e um pequeno enjôo. A alegria já se instalou no coração, pois sabia que estava perto o grande dia, mais um sinal... Como já estava sentindo sintomas parecidos a 2 semanas, procurei não me empolgar muito, mas curtir cada sensação da proximidade de ver meu Yan.
Fomos para minha mãe e lá comecei a sentir que o trabalho de parto poderia começar a qualquer momento. Minha alma já pressentia tudo, mas minha mente ainda estava como criança curiosa esperando a chegada! As cólicas continuaram bem leves até que às 16h e 15min iniciou a cólica mais forte já com tom de parto.
Sem avisar meus pais, fomos pra casa eu, Deivid (meu esposo) e Inaê, minha filha de 3 anos. Eu era só alegria, entusiasmo e vigor. Esperei mais umas contrações e liguei pra Adelise. Ao me preparar para a saída, senti  um cheiro de mãe preta (imagem e cheiro que já me acompanham a tempos). A Inaê comeu tudo bem direitinho e fiquei tranqüila, pois ela participaria e já estava recebendo as orientações necessárias do divino para receber seu maninho amado.
As contrações foram aumentando de intensidade e eu já entrando instintivamente na respiração, soltando o ar durante a dor e percebendo que aliviava bastante. Pedi um abraço para o Deividson durante a contração e senti alívio também. Pude comprovar que a liberação de ocitocina é grande aliviadora da dor mesmo!!!
Chegamos na casa da Adelise, local planejado para o parto, onde me sentia segura e cuidada com todo amor e carinho, me senti em casa.
Após a oração para o sucesso do parto, as dores ficaram mais e mais intensas. Foi quando junto com a dor saiu um grito, como vindo de um lugar dentro de mim pouco conhecido! Um grito implorando colo: Mamãe!!!!!!!!!!!!!!!!!! E abracei o Deivid que me dava suporte.
Descobri um movimento que me aliviava a dor me abaixando de cócoras e balançando durante a contração, o que fazia com que o bebê descesse mais rápido. A respiração solta e a vocalização foram essenciais, foi quando senti o cóccix abrir e Adelise me disse que ele desceu mais um pouquinho.
Sentia a natureza manifestada em meu corpo, abrindo espaço para esse novo ser e em mim realizando a experiência do renascimento. Em algumas contrações experimentei vivê-las de forma positiva e deu certo. Durante o gemido, experimentei fazer um EEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEÊ (de Viva!!!!!!!!!) e procurei sorrir, foi um momento marcante do parto ... a dor aliviou bastante.
Me senti embarcada nessa experiência e ao mesmo tempo podendo cocriar, me apropriar e estar no controle, podendo fazer escolhas, principalmente a de aceitar o que o poder da natureza me mostrava.
Deivid, meu companheiro de jornada... pensei muito nele ... na nossa história e no quanto deveria pensar que aquilo que sentia era por nós... não só por mim... mas pra trazer nosso amado filho...  A sensação de solidão passou... a sensação de medo também...
A imensa dor partindo a alma e purificando tudo o que precisava para receber meu filho Yan.
Logo logo, após perceber que a bolsa havia se rompido vi que estava perto. Quando caiu aquela água no chão como uma bexiga me deu uma sensação esquisita.... tipo pânico!!
CONFIA, CONFIA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Adelise, cantou "Eu vi mamãe oxum na cachoeira, sentada na beira do rio, colhendo lírio, lírio........ em seguida me levou para o chuveiro, amada, irmã, amiga, guia, mãe..... sempre me orientando e amparando. Guiada pelo poder do Altíssimo fui para o chuveiro...
A água me incomodada um pouco, tive a sensação de estar sem paradeiro, a dor era intensa e mal sabia que já estava muito perto. Foi quando me agachei para receber a próxima contração e senti que a cabeça já podia estar por ali.... já na saída.
Minha natureza me disse que sim...  E eu duvidei, quando a próxima contração me pegou de jeito, veio a vontade famosa de fazer cocô e Yan apontou... Estava nascendo, assim como quem me dizia: É mamãe... sou forte e decidido, acompanho o fluxo e se tu não me acompanhar eu vou... Vou, Faço e Realizo!!!
E foi a assim que Yan veio ao mundo às 23h. Com toda a força, cumprindo a missão, exalando cheirinho de amizade e cumplicidade! Papai e Inaê estiveram presentes recebendo Yan com todo o carinho e naturalidade.
Viva a vida!!!!!!!!!!!!!! Viva!!!!!!!!!!!! Viva e viva!!!!!!!!!!!!

Letícia de Freitas Bragaglia Sbardelotto

A chegada de Yan, por Adelise Noal

NASCIMENTO De YAN, Parto na Água
...Gira, gira criancinha, gira, na ciranda do amor...
                                                                 Padrinho Alfredo
Nasce Yan... kin 250 do cachorro elétrico branco, onda encantada 20 da estrela amarela, último giro dentro do tzolkin, no castelo verde do encantar:
Ativo com o fim de amar, vinculando a lealdade, selo o processo do coração. Com o tom elétrico do serviço, sou guiado pelo poder da intemporalidade. Sou um kin polar. Estabeleço o espectro galáctico branco.
Na manhã do dia 20/10/2013 acordo com um sonho onde uma voz dizia: nasceu! Logo a tarde, em torno das 17hs, Letícia entra em trabalho de parto e se prepara junto com seu marido e sua filha para vir até minha casa, onde já estava combinado, seria o parto. Quando chegaram, por volta das 21hs, fizemos nossas orações,  Santo Daime, abrindo o trabalho espiritual. Embaixo da pitangueira, rodeada de flores, um recanto encantado do jardim, onde letícia escolheu ficar apoiada por Deividson, até o rompimento da bolsa e assim derramou sobre a terra as águas que banharam e nutriram seu bebê durante a gestação. Por ser bailarina, Letícia percebia que a dor era mais suportável com o movimento do quadril, ia embalada e embalando a descida de Yan.
Na sequência, fomos até o banheiro para relaxar e aliviar um pouco a dor do final da dilatação com água morna na região lombar. Ali no chuveiro, como quem se entrega a força das águas de uma cachoeira, vai percebendo a descida  a partir das entranhas profundas, lentamente a cada contração.  Letícia preenchia o espaço inteiro, o lugar pequeno e reservado do box do banheiro.  De cócoras apoiada na parede com água escorrendo em sua barriga e períneo se dá conta de que não consegue mais se mover dali. Toca a cabecinha de seu filho coroando!!!  Entramos no período expulsivo.  E eu, na abertura do box também agachada recebia os respingos de água e sentia como quando chegamos bem próximo de uma queda dágua.  Mais uma contração... vejo que é preciso desfazer duas circulares de cordão para que livre, Yan possa completar o último movimento do despreendimento... Peguei-o... e logo devolvi-o aos braços de sua mãe. Nasceu com pouco tonus muscular, a cor da pele revelava o pequeno sofrimento que tivera no trajeto do nascimento gerado pelas duas circulares de cordão. Porém rapidamente recuperou-se com manobras simples de reanimação. Apgar no primeiro minuto 7 e 10 no quinto minuto. Durante todo período expulsivo e nos minutos que se seguiram ao nascimento, ficamos Letícia, Yan e eu na "água corrente". Assim nos primeiros minutos de vida, nos braços de sua mãe, Yan recebe seu primeiro banho!!! Momentos de puro êstase!!!
... é um segredo, é um tesouro que agora recebes, desta chave de ouro... ( P. Alfredo)
No meu imaginário tudo estava se passando em um clarão da mata sob a luz da lua cheia, nas águas limpas e sagradas da natureza intocada. Quando tomei consciência do meu corpo sentia tremores que se irradiavam por todas as partes como se estivesse saindo de um estado de transe.
 Uma luz branca preenchia o ambiente. Um parto com a presença constante do elemento água!
Letícia e Yan saem do box, aquele espaço transformado em local sagrado e natural e se acomodam no sofá para e realização do terceiro período do parto, que demorou 1h e 20 min. Massagens, compressas, orações. Deividson aplicou Okiyome (técnica da Mahikari, que é um movimento religioso japonês, trasmitido pela imposição das mãos com o objetivo de levar luz, harmonia, saúde para a pessoa que recebe). Não houve necessidade de sutura no períneo.
Terminado o trabalho de parto , hora de examinar o recem-nascido. Peso - 3670  gramas, comprimento - 52 cm, PC - 36cm, Pt - 34 cm. Saudável ao exame.   Roupinhas escolhidas pela maninha InaÊ que esteve presente e acompanhou todo processo. Durante  a espera da saída da placenta pode fazer várias perguntas conforme sua curiosidade de menina de 5 anos. Observou a placenta, o cordão umbilical, suas funções na gestação, mostrou seu espanto em ver que a barriga ainda persistia depois do nascimento!
Uma frase profética que só a pureza de uma criança tem, ela disse:
-"o Beijamim é uma estrelinha e o Yan vai ficar..." A lembrança do outro  irmão no giro da roda da vida que trouxe um novo irmão!!!
Neste parto pude observar como a função percepção bem desenvolvida é de valioso auxílio para interpretar os movimentos internos da descida da apresentação até o meio externo e os passos que se deve dar conforme esta leitura sutil da natureza.
"...São infinitos os campos da percepção. A percepção, aqui, não é apenas o que percebemos, mas o ato de perceber como um todo - a interação entre a consciência, os orgãos sensoriais e o campo sensorial ou os objetos da percepção... Na tradição de Shambala, uma tradição secular, e não- religiosa, as percepções sensoriais são vistas como sagradas, boas por natureza, um dom natural dos seres humanos, são fonte de sabedoria. Graças a extraordinária amplitude da percepção, temos possibilidade de nos comunicar com a profundidade do mundo - o mundo da visão, o mundo dos sons - o vasto mundo.
... Ir além da interpretação pessoal, deixar que a grandeza entre em nossos corações por meio da percepção. Quando captamos numa única percepção o poder e a profundidade da grandeza, descobrimos que estamos invocando a magia. Para nós, a magia não é um poder não-natural sobre o mundo dos fenômenos; trata-se antes da sabedoria primordial, da sabedoria inata, no mundo tal qual ele é. A sabedoria do espelho cósmico." ( Shamballa, A trilha Sagrada do Guerreiro - Trungpa rinpoche)
Por um dia minha casa foi impregnada pelo clima de uma casa de parto, com grande alegria um parto natural, simples e sagrado como é nossa vida em essência aqui na terra.
"A vida humana natural valiosa torna-se preciosa quando aproveitamos as condições favoráveis de nosso renascimento com a motivação de atingirmos a liberação e beneficiarmos todos os seres."            (A Roda da Vida, Lama Padma Samtem)
Parto assistido por Adelise Noal - médica e parteira e Kika - doula