sexta-feira, 19 de julho de 2013

Mulheres empoderadas


Até eu entrar nesse universo paralelo da humanização do nascimento, não tinha muita ideia do real significado da palavra EMPODERAMENTO.

Não sabia decifrar, não sabia usar, era rara em minhas frases.

Foi então que engravidei pela segunda vez . Comecei a buscar...veio uma sede inesgotável em mim. Sede por informações, por círculos de bate-papo, por trocas de experiências, por relatos de parto, vídeos, tudo que tivesse alcance. Busquei isso loucamente.

Nasceu José.

Cinco meses depois, lá estava eu grávida novamente.

Mais busca. Mais sede. Sede alucinada. Incansável.

Veio o convite da minha doula linda(Fabi Panassol) para o curso de capacitação de doulas.

Desse dia em diante, meu mundo se abriu. Era um caminho sem volta, eu sentia.

Comecei a ter contato próximo então, com o tal empoderamento.

Com mulheres empoderadas.

Sabe o que são mulheres empoderadas? Eu conto.

São mulheres que buscam, engolem, bebem informações.

São mulheres que querem seus partos. Buscam o resgate ao protagonismo desse momento(o mais importante de suas vidas). São mulheres que simplesmente não aceitam não como resposta. Testam seus limites físicos e psicológicos em nome do respeito ao nascimento. Elas não permitem que seus filhos sejam “nascidos”...eles nascem. Na sua hora, no lugar escolhido por ELAS, do jeito DELAS.

Cesarianas eletivas? Não.

Desculpas esfarrapadas de obstetras cesaristas? Também não.

Corte precoce do cordão umbilical? Episiotomia? Fórceps? Litotomia? Com elas não, obrigada.

São hippies malucas que querem parir como índias? 

Podem julgar, elas não ligam...

São mulheres DONAS DE SEUS PARTOS, DE SEUS CORPOS E MÃES CONSCIENTES, desde o minuto em que sabem-se mães.

Então, como se o mundo obstétrico convencional já não fosse uma barreira sistêmica de bom tamanho, eis que se deparam com uma barreira tão grande quanto(ou ainda maior): dificuldades financeiras.

Pensa que elas se acovardam? Desistem? Correm para o médico do cesarista do convênio?

Faça-me rir.

Elas continuam.

Meses atrás, quando eu ainda estava recém-parida (rs), postei no facebook o relato do meu último parto.

Para minha surpresa, veio falar comigo uma gestante de segunda viagem, a Débora Ribarski.

Ela vinha de uma cesárea eletivérrima(como ela mesma descreveu), onde mesmo já sendo suuuper a favor do parto normal, foi apavorada no finalzinho da gestação, por sua obstetra(novidade???). Acabou sucumbindo suas convicções e aceitando a tal cesárea salvadora.

Débora engravidou novamente, e dessa vez não permitiria que isso acontecesse. Estava decidida.

A gestação avançou, nos falamos pouco, até que, no auge de suas 30 semanas, ela me procurou novamente.

Fui conhece-la pessoalmente e a sintonia foi instantânea.

Menina linda, família tranquila, decisões embasadas, e um problema:

Era preciso correr atrás do dinheiro para o parto.

Ela, que não se deixa abater fácil, resolveu por seus dotes em prática e começou a confeccionar lindas toquinhas de crochê , que vendem muito bem(como todo trabalho bem feito).

Mas isso ainda não foi suficiente, e como ainda temos 10-12 semanas pela frente, tivemos a ideia de fazer uma vaquinha virtual, inspiradas na ideia da Natasha Orestes(que pagou seu parto arrecadando doações on line). 

Pessoas que acreditam na humanização, teoricamente são sensibilizadas por causas como esta, certo???

Certo.

Parteira facilitou, doula apoiou, e lá vamos nós correr atrás do valor do seu tão sonhado parto domiciliar.

Porque afinal, a humanização não pode, nem deve ser privilégio de mamães de uma ou outra classe, né?

Então vai aqui o link da vaquinha para o parto do Raul:




(na foto, Débora e Vicente esperando Raul)

Qualquer quantia já é profundamente significativa.
Ajuda ai, vai...

Ah, e tem outra coisa...a Débora queria muito, mas muuuito agradecer para todo mundo que colaborasse. Então teve a ideia sensível e delicada de mandar pelo correio para cada colaborador, isso:

Esse pássaro de origami chama-se tsuru. Reza a lenda japonesa que quem dobra mil desses mentalizando e fazendo seu pedido, terá a realização do mesmo. Ainda, quem oferta um tsuru a outra pessoa, está desejando a ela boas vibrações, sáude e prosperidade. 
E é isso que a família do Raul deseja a todos que de alguma forma estão colaborando para que esse sonho se torne realidade! 
A Débora e a mãe dela já estão dobrando tsurus(Débora, tu me emociona demais...tudo vai dar certo, pode acreditar, estamos juntas nessa).


Muiiiito grata desde já.


Bj grande,

Kikadoula

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